Arte, diversidade e valorização dos povos tradicionais do Brasil. A Exposição Cordel Caiçara chega à Escola DeROSE Method Ipanema.
Sabrina Cardoso

Sabrina Cardoso

Arte, diversidade e valorização dos povos tradicionais do Brasil. A Exposição Cordel Caiçara chega à Escola DeROSE Method Ipanema.

Talvez você esteja esperando uma postagem sobre mentalização, como foi mencionado no último artigo publicado em nosso Blog.

Eu preciso lhe dizer, contudo, que a conjuntura atual da Escola demandou uma feliz pausa em nossa programação para aproveitar uma oportunidade. E eu não poderia perdê-la.

Diversidade é um assunto genuíno em nossa Escola, o que ocorre não somente em seu aspecto multicultural, mas, também, intercultural, que nas palavras do Antropólogo Ricardo Vieira[1], envolve uma perspectiva de “desenvolver relacionamentos cooperativos”.

E não haveria como ser diferente.

A nossa Escola é composta por integrantes das mais diversas culturas nativas, regiões e países, todos conectados entre si pela profunda identificação com a proposta comportamental do DeROSE Method.

É essa proposta comportamental que nos convida e nos orienta, nas palavras do próprio Professor DeRose, a nos relacionarmos “de maneira (…) ética e responsável com o meio sociocultural, procurando compartilhar e interagir, agregando sempre generosidade, elegância, respeito e carinho às nossas relações humanas mediante a adoção de um conjunto de valores que incluem boa cultura, boa civilidade e boa educação.”[2]

E ele vai além: nós, praticantes do DeROSE Method, somos estimulados pelo exemplo, ao engajamento e participação em causas sociais e humanitárias[3], e, ainda, a sermos agentes de transformação[4] colaborativos.

Significa que, para nós, falar em diversidade vai além de reconhecer e respeitar diferenças e de debater sobre os desafios do meio sociocultural em que estamos inseridos. Para nós, praticantes do DeROSE Method, é fundamental a reeducação comportamental com foco em ação efetiva e valorização do ser humano como indivíduo, como ser coletivo e como ser social.

Sim. Você leu certo. As bases filosóficas da nossa cultura nos orientam a nutrir um profundo sentimento de valorização.

Em seu livro “Quando é preciso Ser Forte”[5], o Professor DeRose nos intriga com uma provocante reflexão, que inicia com a expressão: “Brasileiro não gosta de ser brasileiro”.

Nesse texto, ele nos convida a refletir sobre as nossas origens e sobre o necessário sentimento de valorização da nossa história e cultura enquanto nação. Ele afirma “Sou brasileiro com muito orgulho”.

Eu retomo aqui a expressão diversidade, pois implica justamente valorizar (com ações efetivas colaborativas) a cultura e as diversas culturas, num contexto de respeito, não opressão e de integração.

E é nesse cenário que a nossa Escola recebe a Exposição Cordel Caiçara, da Artista Giulia Luuka e eu não poderia deixar de escrever sobre essa novidade.

Giulia Luuka é gaúcha e formada em Comunicação Social, mas viu nas Artes Plásticas a sua oportunidade de expressão. Ela é proprietária do “É Bossa Espaço de Arte”, localizado em Paraty-RJ, e desenvolve projetos artísticos com um viés de valorização social, cultural, artístico, intelectual e sustentável.

A Exposição Cordel Caiçara reflete bem esses valores.

Nas palavras da própria Artista: “O Cordel Caiçara surge da necessidade de falar de um Brasil multiplural, onde esse entrelace perfeito das culturas nos faz entender que cada uma traz consigo singularidades que dão ao Brasil uma identidade única (…). A Exposição Cordel Caiçara traz consigo toda a brasilidade contida em uma das características mais fortes do nosso povo: a miscigenação.”

As obras da Artista são lindas e de uma sensibilidade ímpar. Ela resgata, em seu modelo artístico, as referências da Literatura de Cordel e suas xilogravuras e, conjuntamente, as referências das tradições dos Caiçaras, povo tradicional do Brasil.

Como já disse o Professor DeRose, sejamos brasileiros com muito orgulho da nossa história e das nossas culturas.

E essa Exposição representa ao mesmo tempo, um sentimento de valorização à cultura popular do Nordeste, na figura do Cordel, e, de valorização à cultura dos nossos povos tradicionais e originários, na figura dos Caiçaras e das referências indígenas que a Artista utiliza.

Receber essa Exposição é brindar com água de coco carioca, a cultura tradicional do nosso Brasil.

A riqueza cultural dessa exposição ao unir duas tradições tão relevantes e o talento da Artista merecem a sua visita.

Você é, então, o nosso convidado para conhecer as obras e prestigiar o trabalho da Artista Giulia Luuka, até o dia 31 de janeiro de 2023, em nossa Escola DeROSE Method Ipanema, localizada na Rua Redentor, 95 – Ipanema/RJ.

A atividade é gratuita e aberta a alunos, familiares e convidados. Esperamos você!

Quem são os Caiçaras, que inspiraram a Artista?

Antônio Carlos Diegues, fundador do Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas em Áreas Úmidas Brasileiras da USP, em entrevista concedida a G. Almeida para formação do Dossiê Povos Tradicionais, afirma que: “(…) caiçaras são uma mistura de povos indígenas já extintos, europeus de diversos países e negros, principalmente quilombolas que após processos de ocupação do interior devido aos diversos ciclos econômicos do Brasil colonial, ficaram relativamente isolados nessa estreita faixa de terra entre o mar e a serra, que se estende do sul do Paraná até o centro do Rio de Janeiro”.[6]

Para anotar na agenda.

Em nosso próximo artigo, vamos retomar a nossa série de conteúdos sobre metas e sobre como usar a mentalização como ferramenta para alcançá-las.

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Notas e referências:

[1] VIEIRA, R. S. Educação intercultural: uma proposta de ação no mundo multicultural. In FLEURI, R. M. (Org.). Intercultura: estudos emergentes. Florianópolis: MOVER; Ijuí: Ed. Unijuí, 2001, p. 118.

[2] DEROSE, L.S.A. Viva mais e melhor. Epigenética, Alimentação, Redução do Stress, meditação, respiração e muito mais. Uma síntese do DeROSE Method. Disponível em https://ebooks.derosemethod.com/reader/viva-mais-e-melhor?location=98, p. 98, acessado em 19 de janeiro de 2023.

[3] Idem, p. 259.

[4] Idem, p. 181.

[5] DEROSE, L.S.A. Quando é preciso ser forte. Autobiografia. Disponível em https://ebooks.derosemethod.com/reader/ser-forte-2020-versao-mais-expandida?location=66, p. 443, acessado em 19 de janeiro de 2023.

[6] ALMEIDA, A. GOBI, A. RODRIGUES, G. Caiçaras, o tradicional povo do litoral brasileiro. Disponível em: https://www.comciencia.br/caicaras-o-tradicional-povo-do-litoral-brasileiro/. Acessado em 19 de janeiro de 2023.

*Créditos das fotografias: Giulia Lukka, Ivson Lima, Anastácia Odinetc (divulgação autorizada).

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